Blog do CLE Missionários da Luz (o primeiro Clube do Livro Espírita de Olinda- PE), que tem como objetivo reunir os atuais associados, conquistar novos amigos e divulgar a Doutrina Espírita, praticando um dos belos conselhos do Espírito Emmanuel: "A maior caridade que praticamos, em relação à Doutrina Espírita, é a sua própria divulgação."Sejam todos bem vindos ao nosso Blog!Conheça,divulgue, compartilhe conosco este espaço que é de todos nós!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Desobsessão: A terapêutica do amor





"O enfermo espiritual conduz chagas profundas, que exigem um tratamento cuidadoso, por serem de natureza moral."
Divaldo Pereira Franco


Em todo o processo de obsessão, defrontamos-nos com um desafio moral que se prolonga em razão da agressividade dos litigantes, que, por estarem renitentes no ódio, preferem o combate inglório do que as bênçãos de renovação e paz. Como consequência, os implicados no conflito se encontram enfermos da alma, necessitando de uma terapia adequada. E somente o amor é capaz de conseguir a cura. 
Evidentemente, a lógica e a razão devem ser convocadas para o esclarecimento tanto daquele que se faz algoz como daquele que se apresenta como vítima. Na verdade, o aparente algoz de hoje é a vítima de ontem. Ignorando a sabedoria das leis divinas e movido por pura loucura, ele resolve tomar a clava da justiça em suas mãos a fim de aplicar o desforço, quando a consciência cósmica possui recurso hábeis para regularizar todas as ocorrências perturbadoras, mantendo o equilíbrio e a harmonia geral.
Quando há a consciência de culpa no indivíduo, seja ela lúcida ou adormecida na alma, surge uma matriz propiciadora para que se instale uma alienação obsessiva, convertida em uma verdadeira tomada na qual se fixa o plug psíquico do ser que se sentiu defraudado, traído, vitimado pela perversidade ou indiferença de quem se converteu em verdugo para si.
Através de um mecanismo sutil de afinidade, em virtude do perseguidor e do perseguido vibrarem na mesma faixa psíquica (ódio, ciúme, paixão dissolvente, sexo desvairado ou vícios de qualquer natureza), a obsessão se instala mediante a vinculação das descargas de animosidade do desencarnado sobre o encarnado, quando se trata desse tipo de perturbação. Mesmo nos casos em que ocorrem os fenômenos hostis de desencarnado contra desencarnado ou de encarnado para com desencarnado, sempre há um traço de profunda afinidade ou identidade de sentimentos entre os envolvidos no infeliz problema.
Com bastante propriedade, Allan Kardec estabeleceu que, entre os recursos terapêuticos para desobsessão, predomina a paciência, considerando-se que os espíritos rebeldes e cruéis são intempestivos, recalcitrantes e sem capacidade de suportar uma ação positiva constante, carregada de amor e verdadeiro desejo de auxílio.



Recursos terapêuticos

O processo obsessivo pode ter início antes mesmo da reencarnação do paciente, quando se trata de necessidade expiatória. Nos casos de provação, quando a reparação dos males causados para aquele que hoje se converte em perseguidor se faz imprescindível, o mecanismo de instalação do quadro é lento e bem urdido, gerando varias consequências, inclusive afetando o organismo físico. Desse modo, a terapia propiciatória à  saúde se faz muito complexa, exigindo os valiosos recursos do amor e da perseverança daquele que se propõe a esse intento.
Ao mesmo tempo, o terapeuta que se dedica ao ministério da desobsessão deve possuir os recursos hábeis para o bom desempenho da tarefa que pretende executar. Inicialmente, deve ter uma conduta moral e social saudável, perfeitamente compatível com os códigos do verdadeiro espírita, que equivalente a ser um verdadeiro cristão. Ao lado deste indispensável requisito, torna-se de grande valia o conhecimento da doutrina espírita e , por extensão, das técnicas utilizadas pelos espíritos vingadores, perturbadores e enfermos que se dedicam a esta cruel cobrança por intermédio das obsessões. Também é imprescindível ao terapeuta estar sob a orientação de seu guia espiritual ou do núcleo no qual se realizam as reuniões especializadas para tal cometimento. 
O trato com os desencarnados em sofrimento (e todo perseguidor é profundamente infeliz, pois se encontra inimizado consigo próprio) deve sempre se revestir de muita gravidade, respeito e amor. As palavras que lhe serão dirigidas devem estar carregadas emocionalmente de sentimentos nobres, de tal forma que resistam à observação dos mesmos, suas contestações e reações expressas de várias maneiras.
O enfermo espiritual conduz chagas profundas, que exigem um tratamento cuidadoso, por serem de natureza moral e estarem fixadas no cerne do perispírito.
Seu tratamento terá que se dar do interior para o exterior, mediante a renovação do próprio paciente, quando se resolve pela mudança de atitude mental e a consequente transformação moral para melhor. Por isso mesmo, a conduta do terapeuta com ele deve se caracterizar pela doação de energias psíquicas e irradiações  afetuosas que consigam lhe alterar o campo vibratório, pelo qual passará a captar outras e diferentes ondas mentais, enriquecendo-se de equilíbrio e renovação.
Portanto, não se deve tentar nenhuma violência em atividades desobsessivas  compreendendo-se que não é apenas o encarnado que está doente e deve receber cuidados, mas principalmente aquele que vem sofrendo ao longo dos anos sem compreender a realidade da vida nem alterar o comportamento para que, no mínimo, possa luzir a paz. No entanto, essa conduta não dispensa a energia que se faz essencial, se muito bem dosada, em certos momentos, de forma que os valores íntimos do terapeuta sejam colocados em teste.



Esforço moral

Recordemos a conduta que manteve Jesus, o Sublime Terapeuta, quando dialogava com o espírito imundo que atazanava o jovem epiléptico, cujo pai lhe pediu socorro ao descer do Tabor, o mesmo ocorrendo com a legião que obsediava o atormentado de Gadara. Conhecendo as causas anteriores que geraram as aflições agora apresentadas em forma de obsessão, o amigo por excelência sabia que os débitos de ambos os incursos na lei já estavam liberados pelo sofrimento que experimentaram, estando, portanto, em condições de recuperarem a saúde. Não obstante, sempre que era convocado para atender aflições humanas de qualquer natureza, Jesus solicitava ao recém-liberado que não voltasse a pecar, ou seja, que se comprometesse com o mal, a fim de que algo pior não lhe acontecesse.
Por outro lado, torna-se impostergável o esforço do paciente encarnado em favor de sua própria recuperação moral, trabalhando para se libertar das imperfeições que afeiam o caráter e abrem espaço para a instalação de plugs propiciadores de obsessões.



Casos de reincidência

É compreensível que episódios de recidiva ocorram durante o tratamento, graças ao ressentimento do encarnado e o recrutamento da perturbação. Porém, isso não significa uma falência dos métodos aplicados, mas uma convocação a todos que se encontram neles implicados no sentido de permanecerem unidos e perseverantes. Tal situação acontece porque graves problemas mal administrados e com uma vigência demorada não podem ser erradicados de um momento para o outro, propondo largos investimentos de amor e compaixão.
À semelhança de uma terapia aplicada em um problema psiquiátrico ou psicológico convencional, cujos resultados nem sempre são os anelados, distúrbios de dois pacientes que se interdependem pelos conflitos que os estiolam são defrontados diante das obsessões. Em outras situações, o paciente vitimado pela obsessão se torna responsável pelo prolongamento do drama, por causa das dificuldades que enfrenta  no trabalho de autoburilamento moral, quando se revelam sentimentos de mégoas e amarguras em relação  ao ser que o infelicita, aprisionando mentalmente o adversário que já se encontra em período de transformação interior. Quando ocorre este fenômeno, a recidiva é inevitável, tornando-se um desafio para o terapeuta. Terá de usar argumentos muito claros e enérgicos, para que o paciente encarnado resolva mudar o comportamento e se tornar um trabalhador do bem comum.
Nas obsessões intermitentes, nas quais a cura não se faz em razão da fragilidade moral da criatura que padece pela injunção, estas se repetem com frequência até se tornarem irreversível, quando a problemática é transferida para além do portal de cinzas, representando uma grande falência do ser que não soube aproveitar a oportunidade para a reparação dos gravames antes perpetrados. O infeliz comportamento poderá dar margem para futuras reencarnações em circunstâncias das quais não poderá se furtar.
A vida cobra seus infratores sempre com misericórdia, oferecendo recursos para tornar o regate menos aflitivo, cabendo ao devedor apressar o momento de sua libertação. Se não acontece desta forma, é porque ele próprio se aprisiona nas correntes construtora do desespero, o qual passará a experimentar em situação muito mais penosa. Assim, só existe obsessão porque permanecem endividados aqueles que se recusam ao ressarcimento através do amor (obras meritórias, de auto edificação, de compaixão e de embelezamento do mundo), sendo convocados para o reequilíbrio das leis divinas, que agora se apresentam como sofrimento, já que a dor não é de Deus. Isso é resultado da ignorância e da revolta do ser humano, que o elaborou como metodologia para encontrar a felicidade.



A importância do amor

A obsessão é um mal que assola como verdadeira epidemia, exigindo o contributo do amor tanto nos dias de hoje como em todos os tempos. Sua erradicação somente se dará quando o espírito humano resolver mudar seu comportamento em relação a Deus, ao seu próximo e a si mesmo.
Nessa paisagem de obsessões que se generalizam, há algumas cujas raízes estão profundamente fixadas nos perispírito do encarnado. Para trata-lá, são necessários e mesmo indispensáveis os conhecimentos de técnicos espirituais que realizam cirurgias profundas no paciente, onde estão as matrizes, para libertar o vampirizador desencarnado. Então, esta passará a receber assistência competente ao mesmo tempo em que o enfermo encarnado contribuirá com seu esforço de melhoramento interior, ajudando aquele a quem muito prejudicou. Em alguns casos, apenas com a reencarnação do inclemente perseguidor na condição de filho, irmão ou familiar muito próximo, no intuito de uma convivência dos dois desafetos, é que se torna possível ao amor, em longo trabalho, limar as arestas da animosidade e proporcionar a regularização do delito.
A desobsessão é a saudável terapia espírita capaz de modificar as paisagens atuais da Terra, afligida por verdadeiras hordas de espíritos em desalinho com os quais as criaturas humanas se sintonizam. Porém, isso não se dá exclusivamente durante os trabalhos especializados, mas também nas conversas edificantes, leituras enobrecedoras, espetáculos artísticos com mensagens elevadas, espairecimentos renovadores e conferências instrutivas, aquelas que trazem os esclarecimentos espirituais a respeito do ser, da finalidade de sua existência na Terra, de como administrar os desafios, das atividades que podem ser realizadas em favor do mundo melhor.
A "evangelhoterapia" é o precioso recurso que todos podem utilizar para que a saúde, em seus vários aspectos, predomine entre os indivíduos encarnados, dando margem para que manifestação da Nova Era que desejamos, cuja instalação em nosso planeta se avizinha, ocorra nos corações e nas mentes.



Fontehttp://casaespiritaraiodesol.blogspot.com.br/2010/12/desobsessao-terapeutica-do-amor.html


Nenhum comentário:

Postar um comentário