Blog do CLE Missionários da Luz (o primeiro Clube do Livro Espírita de Olinda- PE), que tem como objetivo reunir os atuais associados, conquistar novos amigos e divulgar a Doutrina Espírita, praticando um dos belos conselhos do Espírito Emmanuel: "A maior caridade que praticamos, em relação à Doutrina Espírita, é a sua própria divulgação."Sejam todos bem vindos ao nosso Blog!Conheça,divulgue, compartilhe conosco este espaço que é de todos nós!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Preconceito: Uma Porta Fechada




Vivemos em uma época onde o preconceito por si só já é algo considerado ultrapassado e pouco inteligente, por isso o homem descobriu formas “inteligentes” ou subreptíceas de ser preconceituoso. 
Quantas vezes nos deparamos com ideias preconceituosas à respeito das mais diversas coisas, sem que nos apercebamos disso? O preconceito vem revestido, na maioria das vezes, com os bordados da lógica, do humor, da religião, ou mesmo, da ciência. Esse tipo de preconceito, mais sutil, passa desapercebido, levando-nos até à concordância dos valores apregoados. 

O preconceito racial, por exemplo, vem hoje sob as vestes da condição social e do medo da violência. A questão da cor, então, não fica mais tão evidente. O mesmo pode-se dizer sobre o preconceito sexual que, atualmente, com todos os debates a respeito da homofobia e da união estável entre homoafetivos, ficou ainda mais em evidência devido à movimentação de setores religiosos que, através de discursos “lógicos” e, em tese, baseados na interpretação que fazem da Bíblia, defendem a manutenção do que denominam “direito de não aceitarem que homossexuais trabalhem em suas casas”, o que pode ser entendido como o “direito de continuarem a serem preconceituosos”.

O preconceito é como um polvo que estende suas guelras para todos os lados. E engana-se aquele que pensa que o preconceito atinge somente as chamadas “minorias”. Sofre-se preconceito pelo mais variado tipo de coisas, por ser gordo, pobre, negro, branco, homossexual ou heterossexual, evangélico, católico, judeu, espírita ou umbandista, funkeiro ou sambista, tudo depende do ambiente em que a pessoa esteja. 

Muitas vezes, o preconceito deriva não da questão em si, mas das ideias que estão associadas a ela. Esse é o caso, por exemplo, do congo. Cultura originada nas antigas rodas que os escravos faziam na senzala como forma de descontração em meio a tantos sofrimentos, utilizando-se de instrumentos de percussão, este estilo musical ficou associado às religiões de origem africana, e sofre o preconceito daqueles que insistem em olhar para o mundo com os olhos vendados. Associar congo a candomblé como coisas iguais somente porque tem a mesma origem (os negros), é o mesmo que dizer que dois irmãos são a mesma pessoa somente porque são filhos dos mesmos pais. Mesmo assim, ainda ouvimos o preconceito à cultura negra falar mais alto pela boca de pessoas que repassam essas ideias, de geração em geração, sem nunca terem sequer pensado realmente a respeito da questão.

Dessa maneira, o preconceito aparece como uma porta fechada a qualquer tipo de diálogo, de raciocínio, de lógica realmente estruturada na razão. Aquele que simplesmente age preconceituosamente, age sem razão de ser, age por consequencia de automatismos que vêm de longas datas e que permanece perpetuado, tanto através dessas ações impensadas que atravessam os tempos, como pelas mãos de “pensadores” modernos, que continuam a propagar a “lógica” do preconceito revestido de pseudo-sabedorias.

O mundo cada vez mais demonstra seu crescimento, sua evolução, à medida em que atitudes como essas não mais permanecem ocultas e passam a ser facilmente detectadas. As mobilizações contra o preconceito se agitam pela Terra, independente do hemisfério ou da economia do país. As vozes que pregam a permanência de antigos valores escasseiam. E assim, nessa eterna luta entre o moderno e o antigo, o homem vai fazendo suas escolhas e evoluindo. Errando ou acertando. Mas, principalmente, entendendo que o ser humano é um ser eterno em busca de sua espiritualidade. 

Somente através do entendimento dessa única lógica universal, o homem será capaz de olhar para a humanidade com compreensão. Dessa compreensão emergirá a caridade, e somente através de sua prática, o amor poderá ser construído entre os homens. E, então, finalmente, se cumprirá a palavra do Cristo quando nos orientou: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”



Fonte: http://www.facebook.com/paz.espiritual.1

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Alimentação no Mundo Espíritual




Para quem entende pouco da doutrina espírita, dificilmente vai acreditar que se usa alimentação no mundo espiritual.
Esta alimentação é muito usada assim que o espírito desencarna. Eles sentem muita fome e precisam se alimentar com os alimentos semelhantes aos que usavam no corpo físico. Os espíritos errantes sentem muita fome. Esta fome é porque já estavam condicionados aos alimentos quando encarnados. Os hábitos terrenos continuam por algum tempo na vida espiritual e só com o tempo, a evolução e o entendimento estes hábitos vão mudando.

A alimentação difere de colônia para colônia espiritual. Existe alimentação semelhante a da terra, porém não muito grosseira e são carregadas de fluído vital.

A alimentação mais grosseira que existe é no umbral. Ali os espíritos vão atrás dos encarnados afins e se alimentam juntos com eles, na mesa deles. Sugam as energias vitais que deveriam ir para os encarnados, saem dali fartos. Nos bares e restaurantes também encontramos muitos destes espíritos. Eles estarão sempre onde houver encarnados que vibram na mesma faixa psíquica, ou seja, que possuem pensamentos semelhantes. Quando os encarnados vão-se evangelizando, estes espíritos ou se evangelizam também ou vão a procura de outros encarnados afins. É por isto que é muito bom a prece na hora das refeições. Isto afasta estes convidados indesejados.

A obra “Colônia São Paulo” nos cita um caso de duas senhoras que estavam em estado crítico. Elas foram resgatadas por bons irmãos e levadas para a colônia. Como elas estivessem sempre comandadas por seres perversos, tiveram que ir à colônia sedadas. Lá ele viu botijões de oxigênio, máscaras ligadas até elas. Havia uma outra máscara com tubos, parecendo sonda para se alimentar. O alimento era dado a elas por estes tubos. Veja bem, dizia Flávia ao irmão Marcílio, como nossas irmãs são dependentes desse alimento. Posso dizer que sem ele elas não estariam aqui, porque o estado de debilidade poderia fazer com que elas novamente fossem atraídas de volta ao vale de onde foram retiradas.

Em outra passagem irmã Flávia afirma: Mesmo sedadas, os alimentos passam pelas sondas que estamos vendo, levando regeneramento ao interior desses espíritos. Dentro deles, esse alimento não só revigorará as causas nesses anticorpos, como também lhes fornecerá um novo e resistente campo imunológico. Eles têm carência dessa ajuda, e sendo assim não só a elas como a muitos são concedidos esses benefícios. Há outros benefícios além dos que já expliquei, há outros muito importantes nesse alimento. São acrescentadas fórmulas que, uma vez dentro do ser, agem como se fossem um expelidor de resíduos imprestáveis. Uma maneira mais fácil de entender: agem como se as desintoxicasse por dentro. Com o soro, com os sedativos e mais esses alimentos que são fornecidos, logo quando acordarem demonstrarão um novo estado de aceitação, aqui nesta Colônia, e, um pouco mais desprendidas daqueles que se diziam chefes delas, vão ver que tudo que aqui lhes está sendo feito e fornecido é para seu próprio bem. Como elas, existem muitos outros em condições piores. Há casos mais dolorosos, não só aqui, como também em região de difícil acesso.

A medida que o espírito evolui a alimentação muda até praticamente o seu término. A obra “Nosso Lar” fala muito na alimentação na colônia. Segundo esta obra houve sérios problemas com a alimentação: “muitos recém-chegados ao “Nosso Lar” duplicavam exigências. Queriam mesas lautas, bebidas excitantes, dilatando velhos vícios terrenos. Apenas o Ministério da união ficou imune de tais abusos.” Por aqui vemos que os chegantes queriam que a colônia fosse uma extensão da terra com todos os seus vícios alimentares. E continua a obra: “...Vieram duzentos instrutores de uma esfera muito elevada, a fim de espalharem novos conhecimentos, relativos à ciência da respiração e da absorção de princípios vitais da atmosfera.

As reuniões para a mudança da alimentação em “Nosso Lar” demoraram por mais de 30 anos, houve inclusive alguns protestos. Como houve uma pequena rebeldia, houve também uma pequena repreensão: “Por mais de seis meses, os serviços de alimentação, em “Nosso lar”, foram reduzidos à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração, e água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos.” Desde então, só existe maior suprimento de substâncias alimentícias que lembra a Terra, nos Ministérios de Regeneração e do Auxílio onde há sempre grande número de necessitados.


Em várias partes da obra “Nosso Lar” André Luiz nos fala em alimentação como nesta passagem: “ A essa altura, serviram-me caldo reconfortante, seguido de água muito fresca, que me pareceu portadora de fluidos divinos. Aquela reduzida porção de líquido reanimava-me inesperadamente. Não saberia dizer que espécie de sopa era aquela; se alimentação sedativa, se remédio salutar. Novas energias amparavam-me a alma...”

Em outra passagem diz André Luiz: “Terminada a oração, chamou-nos à mesa a dona da casa, servindo caldo reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentradas de fluidos deliciosos. Eminentemente surpreendido, ouvi a senhora Laura observar com graça:

- Afinal, nossas refeições aqui são muito mais agradáveis que na Terra. Há residências, em “Nosso Lar” que as dispensam quase por completo; mas, nas zonas do Ministério do Auxílio, não podemos prescindir dos concentrados fluídicos, tendo em vistas os serviços pesados que as circunstâncias impõem. Despendemos grande quantidade de energias. É necessário renovar provisões de força.

- Isso, porém - ponderou uma das jovens -, não quer dizer que somente nós, os funcionários do Auxílio e da Regeneração, vivamos a depender de alimentos. Todos os Ministérios, inclusive o da União Divina, não os dispensam, diferindo apenas a feição substancial. Na Comunicação e no Esclarecimento há enorme dispêndio de frutos. Na Elevação o consumo de sucos e concentrados não é reduzido, e, na União Divina, os fenômenos de alimentação atingem o inimaginável.”

No mesmo capítulo ele afirma: “...Nós outros, criaturas desencarnadas, necessitamos de substâncias suculentas, tendentes à condição fluídica, e o processo será cada vez mais delicado, à medida que se intensifique a ascensão individual.”

Já na obra “Colônia São Paulo” descobrimos uma passagem em que o irmão Marcílio pergunta a Alexandre se ele deseja tomar um suco. O irmão fica muito surpreso e diz a Marcílio que já não necessita mais desses alimentos.

Allan Kardec já falava em alimentação no mundo espiritual. Em uma comunicação do Espírito Cura de Bizet ele afirma: ...”mas também tive sob os olhos o atroz espetáculo da fome entre os Espíritos. Encontrei lá em cima muitos desses infelizes, mortos nas torturas da fome, ainda procurando em vão satisfazer uma necessidade imaginária, lutando uns contra os outros para arrancar um pedaço de comida que se esconde nas mãos, se entrerasgando e, se assim posso dizer, se entredevorando; uma cena horrível, pavorosa, ultrapassando tudo quanto a imaginação pode conceber de mais desolador. (Revisa Espírita de Allan Kardec, n. 6 - junho de 1868).”

Também a obra de Yvone A . Pereira - Memórias de um Suicida fala de um espírito que fora hospitalizado na colônia, a respeito da comida: “A cada um de nós foi servido delicioso caldo, tépido, reconfortante em pratos tão alvos quanto os lençóis; e cada um sentiu o sabor daquilo que lhe apetecia”.

O livro “Cartas de um morto vivo” recebido do Espírito David Hatch por Elsa Barker diz que o que mais interessa aos recém desencarnados é a alimentação. Afirma que os Espíritos errantes comem e bebem, principalmente muita água. Aliás, a água é o principal alimento no mundo espiritual pois faz muito bem ao perispírito. Os espíritos informam que a água tem muito valor no mundo espiritual. É esse líquido, poderoso veículo de fluidos de qualquer natureza, usado também como medicação. O mesmo espírito acima informa sobre uma jovem que desencarnara brevemente. Indagada sobre a alimentação ele dizia que as coisas para ela não mudaram muito, até pioraram um pouco mais de quando estava encarnada. Ela estava numa pensão porque era pobre. A alimentação era muito ruim, pior que a da terra além de ser pouca. Diz ainda que comia as mesmas coisas como carne, batatas, pastéis, pudins. Por aí percebemos que não houve muitas mudanças para este espírito. Só com o tempo haverá as devidas mudanças.

O Espírito Monsenhor Robert Hugh Benson na obra “A vida nos mundos invisíveis” relata: “As frutas eram perfeitas na forma, ricas em cor, e pendiam em grandes cachos. Colheu algumas e ofereceu-nos, assegurando que nos fariam bem. Eram frescas ao tato e notavelmente pesadas para seu tamanho; o sabor, delicioso, a polpa, macia, sem ser difícil nem desagradável de tocar, e uma quantidade de suco semelhante ao néctar, escorria delas. Meus dois amigos observavam-me atentamente enquanto eu comia umas ameixas, ambos revelando uma expressão de jovial expectativa. Sendo abundante o suco eu temia que escorresse sobre minha roupa”. Mais adiante ele afirma: “As frutas daquele pomar não eram apenas para os que necessitassem de algum tratamento após a morte física, mas estavam à disposição de quem quer que os desejasse comer pelo seu efeito estimulante.”

Deve-se entender que esta alimentação ainda um pouco grosseira é para os mundos que não estão tão evoluídos. Nas faixas superiores já não se usa mais isto e a alimentação que nutre o espírito é o AMOR. O amor é a base de tudo. Ao lado do amor temos a caridade. O amor fraterno se torna uma necessidade nos espíritos superiores. Se pudéssemos encontrá-los, veríamos que eles estão sempre ajudando aos irmãos necessitados. Isto se torna praticamente o alimento deles. Este fato também já acontece entre irmãos que estão encarnados. Há muita gente que só se sente bem quando está praticando a caridade. É como se uma coisa lhe faltasse e ele adquire mais força para a luta. É incrível a força que adquire estes espíritos que possuem um corpo tão frágil. Exemplos temos alguns por aí: Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Francisco de Assis, Frei Simão e tantos outros. É de se imaginar onde estas pessoas adquiriram tanta força em corpos tão frágeis.

Ainda segundo André Luiz o principal alimento de “O nosso Lar” é a água. Diz ele que, “aqui, ela é empregada sobretudo como alimento e remédio” e continua: “na maioria das regiões da extensa colônia, o sistema de alimentação tem aí suas bases.

A obra “Colônia São Paulo” dá melhores explicações sobre a alimentação no mundo espiritual. Transcreveremos alguns dos trechos importantes desta obra com referência a esta alimentação. É o irmão Flávio que dá as explicações: “O ser quando está no corpo físico, cria hábitos alimentares e outros que dificilmente perdem quando chega do lado de cá. Sendo assim, os médicos aqui fazem uma avaliação das necessidades daquele ser recém-chegado e nos passam. Aí então preparamos alimentos similares, por exemplo: o arroz, a sopa, o suco, só que com propriedades que temos aqui, e nunca sendo real, como lá na Terra. Ao se alimentar ele pensa que está ingerindo aquelas coisas com que se alimentava quando encarnado. Mal sabe ele que aquelas substâncias ali contêm desintoxicantes, para que ele se possa beneficiar, vindo a perder o efeito da vida desregrada. (...) Todos os alimentos têm lá suas proteínas e vitaminas, e têm também enzimas. Essas enzimas, na medida de proporção menor, atingem o espírito de uma certa forma, mas não tão comprovada, porque são de menor quantidade. Quando a proporção é grande, vejamos: o vício que o ser adquire é nada mais do que hábito, imprudência, que pode acarretar-lhe sérias conseqüências futuramente. A gula excessiva tende a fazer com que o ser se suicide, sem que ele saiba ou perceba. Ele antes intoxica o seu espírito com as enzimas negativas, vindo isto a prejudicar a saúde, por exemplo no caso das alergias. Veja bem, há remédios que adormecem a alergia, mas que não acabam com ela, porque ela foi a um nível tão alto no corpo, que atingiu o espírito, e, uma vez no espírito, não há remédio na Terra que cure, de ordem física, a não ser de cá.

Nas zonas umbralinas a alimentação extraída é diferente. “O negativismo em que vivem faz com que segreguem deles ectoplasmas, que manipulados por eles servem-lhes de alimento. Mas não é tudo, porque uma hora o desfalecimento das capacidades fará com que eles não saibam onde buscar e encontrar o ectoplasma, havendo a necessidade da ajuda dos que lá trabalham para o bem



Do livro “Colônia São Paulo”.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Reflexão Espírita Sobre a Mágoa




Ressalta Joanna de Angelis que a mágoa, no início, é de fácil combate, podendo ser expulsa mediante a oração singela e nobre.
A doutrina espírita possui vasta informação sobre a ação perturbadora ocasionada pela mágoa, uma vez que a concebe enraizada no orgulho e no egoísmo. Estuda a fundo seus mecanismos desequilibradores e também os meios de combate.

Em um instigante estudo reflexivo sobre a mágoa, a autora espiritual Joanna de Angelis, através da psicografia de Divaldo Pereira Franco, compara-a como ferrugem perniciosa que destrói o metal em que se origina, classificando-a como síndrome alarmante de desequilibro.

Em sua análise, sincera e profunda, conforme os preceitos espíritas que têm por objetivo a autêntica autotransformação do indivíduo integral, a presença da mágoa faculta a fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a agasalha.

Ação nociva da mágoa

Reflete a autora espiritual que, normalmente, o sentimento de mágoa se instala nos redutos do amor-próprio ferido e paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por vitimar o hospedeiro.

Ressalta Joanna de Angelis que a mágoa, no início, é de fácil combate, podendo ser expulsa mediante a oração singela e nobre.

Mas adverte, entretanto, que se a permitimos habitar os tecidos delicados do sentimento, desdobra-se em modalidades várias, para sorrateiramente apossar-se de todos os departamentos da emotividade, engendrando cânceres morais irreversíveis. Ao seu lado, instala-se, quase sempre, a aversão, que estimulam o ódio, etapa grave do processo destrutivo.

A mágoa, além de desgovernar aquele que a vitaliza, emite verdadeiros dardos negativos que atingem outras vítimas incautas, aquelas que se fizeram as causadoras conscientes ou não do seu nascimento.

Sua ação entorpece os canais por onde transita a esperança, impedindo a ação do consolo.

Quem se sente magoado, disfarça-se habilmente, utilizando-se de argumentos bem urdidos para negar-se ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento. Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que, gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no mecanismo psíquico com lamentáveis conseqüências nos aparelhos circulatório, digestivo, nervoso...

Em seu estudo, a autora espiritual alerta que somos, sem dúvida, aquilo que vitalizamos pelo pensamento. Nossas idéias, nossas aspirações constituem o campo vibratório no qual transitamos e em cujas fontes nos nutrimos.

Depreciando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa consegue isolar a pessoa ressentida, impossibilitando a cooperação dos socorros externos, procedentes de outras pessoas.

Meios de combate

O melhor meio de combatermos os malefícios da mágoa é detectarmos implacavelmente os indícios de sua presença inferior, que conspiram contra a paz íntima. O ofensor merece nossa compaixão, nunca o nosso revide.

Aquele que persegue, ou seja, o provocador que faz gerar a mágoa, sofre desequilíbrios que desconhecemos e não é justo que nos afundemos, com ele, no fosso da sua animosidade.

Seja qual for a dificuldade que nos impulsione à mágoa, procuremos reagir, mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando ofensores.

Através do cultivo de pensamentos salutares, nos manteremos acima das viciações mentais que agasalham esse magnetismo mortífero que, infelizmente, se alastra pela Terra de hoje, pestilencial, danoso, aniquilador.

Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando comércio do sofrimento desnecessário.

Buscando, através da fé sincera e raciocinada, os programas da renovação interior, é fundamental apurarmos aspirações e não nos afligirmos. Quando a provocação vier, por parte do ofensor, convém acionarmos todo o nosso empenho na direção do bem. Malsinados pela incompreensão, desculpemos. Feridos nos melhores brios, perdoemos.

Se meditarmos na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não teremos outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que a mágoa estabeleça nas fronteiras da nossa vida as balizas da sua província infeliz.

Oportuno lembrete

Em seu estudo, Joanna de Angelis encerra suas reflexões resgatando sublime alerta do próprio Cristo. Como incomparável conhecedor da alma humana, o Divino Mestre, em sua mensagem dirigida aos corações de todos os tempos, através de seu exemplo incomparável de perdão, já nos advertira antecipada e claramente: "Quando estiveres orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que vosso Pai que está nos Céus, vos perdoe as vossas ofensas". Marcos: 11-25. 



Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tua Religião


 


Em muitas ocasiões, perguntas se ela é realmente a melhor.
 Não precisas, porém, de largar comparações.
 Faze o exame da própria fé.
 Se, nas crises da vida, quando suplicas concessões especiais, em teu benefício, a tua religião te ensina que todas as criaturas são filhas do Criador, sem que te seja lícito exigir qualquer privilégio na Criação...
 Se, nas atribuições de merecimento, quando rogas favores particulares para aqueles que te desfrutam os caprichos do afeto, a tua religião te aconselha a respeitar o direito dos outros...
 Se, nas invasões da mentira, diante das perturbações que se distendem por gases envenenados, quando te inclinas, naturalmente, para onde te predisponham os ventos da simpatia, a tua religião te confere a precisa força moral para aceitar a verdade...
 Se, no jogo dos interesses materiais, quando tentações numerosas te induzem a trapacear, em nome da inteligência, com vantagens pessoais manifestas, a tua religião te mostra o caminho do dinheiro correto, sem afastar-te do suor no trabalho e da responsabilidade no esforço próprio...
 Se, nos dias amargos de humilhações, quando o orgulho ferido te sugere desespero e revide, a tua religião te recomenda humildade e abnegação com a desculpa incondicional das ofensas e esquecimento de todo mal...
 Se, nas horas de angústia, perante a morte que paira, inevitável, sobre a fronte dos entes queridos, quando a separação temporária te impele ao desânimo e à rebeldia, a tua religião te assegura a certeza da imortalidade da alma, sustentando-te a paciência e iluminando-te as esperanças...
 Se, a tua religião considera a felicidade do próximo acima de tua felicidade, convertendo-se em serviço incessante no bem, sob a inspiração da justiça, a tua religião é e será sempre uma luz verdadeira para o caminho, conduzindo-te a alma, degrau de entendimento e trabalho, para as esferas superiores.
 Se te declaras em ação, na Doutrina Espírita, efetivamente, a tua religião não pode ser outra. E, se dúvidas te avassalam o pensamento em matéria de crença e conduta, preconceitos e tradições, entra no mundo de ti mesmo e indaga da própria consciência qual teria sido, entre os homens, a religião de Jesus.

Emmanuel




Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 
Livro Mãos Marcadas. Lição nº 37. Página 139.




quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Aluno Agressivo e o Professor Paciente




Havia um aluno muito agressivo e inquieto naquela escola.
Ele perturbava a classe e arrumava freqüentes confusões com os colegas.
Era insolente e desacatava a todos.
Repetia os mesmos erros com freqüência.
Parecia incorrigível.
Os professores não mais o suportavam.
Cogitaram até mesmo de expulsá-lo do colégio.
Antes disso, porém, entrou em cena um professor que resolveu investir naquele aluno.
Todos achavam que era perda de tempo, afinal, o jovem era um caso perdido.
Mesmo não tendo apoio de seus colegas, o professor começou a conversar com aquele jovem nos intervalos das aulas.
No início era apenas um monólogo, só o professor falava.
Aos poucos, ele começou a envolver o aluno com suas próprias histórias de vida e com suas brincadeiras.
De modo gradativo, professor e aluno construíram uma ponte entre seus mundos.
O professor descobriu que o pai do rapaz era alcoólatra e espancava o garoto e sua mãe.
Compreendeu que o jovem, aparentemente insensível, já tinha chorado muito e, agora, suas lágrimas pareciam ter secado.
Entendeu que sua agressividade era uma reação desesperada de quem pedia ajuda.
Só que ninguém, até então, havia decifrado sua linguagem.
Era mais fácil julgá-lo do que entendê-lo.
O sofrimento da mãe e a violência do pai produziram zonas de conflito na memória do rapaz.
Sua agressividade era um eco da violência que recebia.
Ele não era réu, era vítima.
Seu mundo emocional não tinha cores.
Não lhe haviam dado o direito de brincar, de sorrir e de ver a vida com confiança.
Agora estava perdendo também o direito de estudar, de ter a única chance de progredir.
Estava para ser expulso do colégio.
Ao tomar consciência da real situação, o professor começou a conquistá-lo.
O jovem sentiu-se querido, apoiado e valorizado, pela primeira vez na vida.
O professor passou a educar-lhe as emoções.
Ele percebeu, logo nos primeiros dias, que por trás de cada aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma criança que precisa de afeto.
Em poucas semanas todos estavam espantados com a mudança ocorrida.
O rapaz revoltado começou a demonstrar respeito pelos outros.
Abandonou sua agressividade e passou a ser afetivo.
Cresceu e tornou-se um aluno extraordinário.
Tudo isso porque alguém não desistiu dele.
Professores ou pais, todos queremos educar jovens dóceis e receptivos.
Queremos ver brotar diante de nossos olhos as sementes que semeamos.
No entanto, são os jovens que nos desapontam, que testam nossa qualidade de educadores.
São filhos complicados que testam a grandeza do amor dos pais.
São os alunos insuportáveis que testam a capacidade de humanismo dos mestres.
Pais brilhantes e professores fascinantes não desistem dos jovens, mesmo que eles causem frustração e não lhes dêem o retorno imediatamente esperado.
Paciência é o segredo.
A educação do afeto é a meta.
Os alunos que mais decepcionam hoje poderão ser aqueles que mais alegrias nos trarão no futuro.
Basta investir tempo e dedicação a eles.
Pense nisso.

Fonte: Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Momento Com Deus




"Passará, talvez desapercebido para nós, contudo, ele existe no tempo, o momento de Deus.
Esfalfamo-nos, bastas vezes, transfigurando os valores da atenção nos
desperdícios da inquietação, diligenciando impor a fé religiosa naqueles que amamos, esquecidos de que o Criador lhes consagra mais amor que nós mesmos.
Deus espera. Por que desanimar, de nossa parte, quando a edificação
espiritual se nos afigura tardia?
Com isso, não desejamos dizer que somente nos resta abandonar ao vento da provação aqueles entes queridos para os quais aspiramos o entendimento maior. Reflitamos que se a Divina Providência no-los confiou, decerto assim procedeu, através das pessoas e circunstâncias que nos rodeiam, aguardando algo de nossa cooperação no amparo a eles.
Em tempo algum, ser-nos-á lícito relegar para Deus as obrigações que nos competem, o que nos constrange igualmente a verificar que existe a "parte de Deus" em cada realização, cujo âmbito nos é defeso à qualquer exigência.
Não conseguimos antepor-mos, de maneira alguma, ao momento de Deus e nem fazer o que lhe cabe realizar, todavia, somos convidados a preparar-lhe as condições adequadas ao surgimento vitorioso.
À medida que se nos intensifica a madureza de espírito, categorizamo-nos à conta de semeadores nas almas.
Nesse sentido, recordemos os cultivadores da gleba que sustentam a
civilização e asseguram a vida. Nenhum deles, por mais sábio, logra
desentranhar com as próprias mãos, os princípios da semente, cujo embrião possui um instante próprio a fim de desacolchetar envoltórios e desabrochar à plena luz.
Ainda assim, patrocinam a exatidão da leira, administram adubos, dosam a rega, garantem a defesa da planta e efetuam enxertias, quando enxertias se façam necessárias ao rendimento da produção.
Se há imperscrutável serviço divino na intimidade dos processos da
natureza, há inadiável serviço do homem na esfera da natureza para que a natureza corresponda intensamente ao toque divino.
Os estatutos da Criação não permitem à criatura relegar para o Criador a obrigação que lhe compete.
Ama, pois, teus pais, filhos, irmãos, amigos e companheiros tais quais são por agora, sem te esqueceres de ajudá-los com
simpatia, cooperação, fraternidade e bons exemplos, a se exprimirem por valioso auxílio prévio.
Trabalha e prepara com eles e junto deles o futuro melhor, na convicção
de que, em matéria de compreensão e penetração nos reinos do espírito, os mais elevados anseios humanos são compelidos a esperar 
pelo momento de Deus."

André Luiz 

Fonte: Livro Sol na Almas, cap. 23

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Lei dos Destinos




Dada a prova das vidas sucessivas, o caminho da existência acha-se desimpedido e traçado com firmeza e segurança. A alma vê claramente seu destino, que é a ascensão para a mais alta sabedoria, para a luz mais viva.
A eqüidade governa o mundo; nossa felicidade está em nossas mãos; deixa de haver falhas no Universo, sendo seu alvo a Beleza, seus meios a Justiça e o Amor. Dissipa-se, portanto, todo o temor quimérico, todo o terror do Além. Em vez de recear o futuro, o homem saboreia a alegria das certezas eternas. Confiado no dia seguinte, multiplicam-se-lhe as forças; seu esforço para o bem será centuplicado.
Entretanto, levanta-se outra pergunta: Quais são as molas secretas por cuja via se exerce a ação da justiça no encadeamento de nossas existências?
Notemos, primeiro que tudo, que o funcionamento da justiça humana nada nos oferece que se possa comparar com a lei divina dos destinos. Esta se executa por si mesma, sem intervenção alheia, tanto para os indivíduos como para as coletividades. O que chamamos mal, ofensa, traição, homicídio, determinam nos culpados um estado de alma que os entrega aos golpes da sorte na medida proporcionada à gravidade de seus atos.
Esta lei imutável é, antes de mais nada, uma lei de equilíbrio. Estabelece a ordem no mundo moral, da mesma forma que as leis de gravitação e da gravidade asseguram a ordem e o equilíbrio no mundo físico. Seu mecanismo é, ao mesmo tempo, simples e grande. Todo mal se resgata pela dor. O que o homem faz de acordo com a lei do bem, proporciona-lhe tranqüilidade e contribui para sua elevação; toda violação provoca sofrimento. Este prossegue a sua obra interior; cava as profundidades do ser; traz para a luz os tesouros de sabedoria e beleza que ele contém e, ao mesmo tempo, elimina os germens malsãos. Prolongará sua ação e voltará à carga por tanto tempo quanto for necessário até que ele se expanda no bem e vibre uníssono com as forças divinas; mas, na prossecução dessa ordem grandiosa, compensações estarão reservadas à alma. Alegrias, afeições, períodos de descanso e felicidade alternarão, no rosário das vidas, com as existências de luta, resgate e reparação. Assim, tudo é regulado, disposto com uma arte, uma ciência, uma bondade infinitas na Obra Providencial.
No princípio de sua carreira, em sua ignorância e fraqueza, o homem desconhece e transgride muitas vezes a Lei. Daí as provações, as enfermidades, as servidões materiais, mas, desde que se instrui, desde que aprende a pôr os atos de sua vida em harmonia com a Regra Universal, “ipso facto”
(1) é cada vez menos presa da adversidade.
Os nossos atos e pensamentos traduzem-se em movimentos vibratórios, e seu foco de emissão, pela repetição freqüente dos mesmos atos e pensamentos, transforma-se, pouco a pouco, em poderoso gerador do bem ou do mal.
O ser classifica-se assim a si mesmo pela natureza das energias de que se torna o centro irradiador, mas, ao passo que as forças do bem se multiplicam por si mesmas e aumentam incessantemente, as forças do mal destroem-se por seus próprios efeitos, porque esses efeitos voltam para sua causa, para seu centro de emissão e traduzem-se sempre em conseqüências dolorosas. Estando o mau, como todos os seres, sujeito a impulsão evolutiva, vê por isso aumentar-se forçosamente sua sensibilidade.
As vibrações de seus atos, de seus pensamentos maus, depois de haverem efetuado sua trajetória, volvem a ele, mais cedo ou mais tarde, e o oprimem, o apertam no necessidade de reformar-se.
Este fenômeno pode explicar-se cientificamente pela correlação das forças, pela espécie de sincronismo vibratório que faz voltar sempre o efeito à sua causa. Temos demonstração disso no fato bem conhecido de, em tempo de epidemia, de contágio, serem principalmente as pessoas, cujas forças vitais se harmonizam com as causas mórbidas em ação, as atacadas, ao passo que os indivíduos dotados de vontade firme e isentos de receio ficam geralmente indenes.
Sucede o mesmo na ordem moral. Os pensamentos de ódio e vingança, os desejos de prejudicar, provenientes do exterior, só podem agir sobre nós e influenciar-nos desde que encontrem elementos que vibrem uníssonos com eles. Se nada existir em nós de similar, estas forças ruins resvalam sem nos penetrarem, volvem para aquele que as projetou para, por sua vez, o ferirem, quer no presente quer no futuro, quando circunstâncias particulares as fizerem entrar na corrente do seu destino.
Há, pois, na lei de repercussão dos atos, alguma coisa mecânica, automática na aparência. Entretanto, quando implica acerbas expiações, reparações dolorosas, grandes Espíritos intervêm para regular-lhe o exercício e acelerar a marcha das almas em via de evolução. Sua influência faz-se principalmente sentir na hora da reencarnação, a fim de guiar estas almas em suas escolhas, determinando as condições e os meios favoráveis à cura de suas enfermidades morais e ao resgate das faltas anteriores.
Sabemos que não há educação completa sem a dor. Colocando-nos neste ponto de vista, é necessário livrarmo-nos de ver, nas provações e dores da Humanidade, a conseqüência exclusiva de faltas passadas. Todos aqueles que sofrem não são forçosamente culpados em via de expiação. Muitos são simplesmente Espíritos ávidos de progresso, que escolheram vidas penosas e de labor para colherem o benefício moral que anda ligado a toda pena sofrida.
Contudo, em tese geral, é do choque, é do conflito do ser inferior, que não se conhece ainda, com a lei da Harmonia, que nasce o mal, o sofrimento. É pelo regresso gradual e voluntário do mesmo ser a esta Harmonia que se restabelece o bem, isto é, o equilíbrio moral. Em todo pensamento, em toda obra há ação e reação e esta é sempre proporcional em intensidade à ação realizada. Por isso podemos dizer: o ser colhe exatamente o que semeou.
Colhe-o, efetivamente, pois que, por sua ação contínua, modifica sua própria natureza, depura ou materializa o seu invólucro fluídico, o veículo da alma, o instrumento que serve para todas as suas manifestações e no qual é calcado, modelado o corpo físico em cada renascimento.
Nossa situação no Além resulta, como vimos precedentemente, das ações repetidas que nossos pensamentos e nossa vontade exercem constantemente sobre o perispírito. Segundo sua natureza e objetivo, vão-no transformando pouco a pouco num organismo sutil e radiante, aberto às mais altas percepções, às sensações mais delicadas da vida do Espaço, capaz de vibrar de forma harmoniosa com Espíritos elevados e de participar das alegrias e impressões do Infinito. No sentido inverso, farão dele uma forma grosseira, opaca, acorrentada à Terra por sua própria materialidade e condenada a ficar encerrada nas baixas regiões.
Esta ação contínua do pensamento e da vontade, exercida no decorrer dos séculos e das existências sobre o perispírito, faz-nos compreender como se criam e desenvolvem nossas aptidões físicas, assim como as faculdades intelectuais e as qualidades morais.
Nossas aptidões para cada gênero de trabalho, a habilidade, a destreza em todas as coisas são o resultado de inumeráveis ações mecânicas acumuladas e registradas pelo corpo sutil, do mesmo modo que todas as recordações e aquisições mentais estão gravadas na consciência profunda. Ao renascer, estas aptidões são transmitidas, por uma nova educação, da consciência externa aos órgãos materiais. Assim se explica a habilidade consumada e quase nativa de certos músicos e, em geral, de todos aqueles que mostram, em um domínio qualquer, uma superioridade de execução que surpreende à primeira vista.
Sucede o mesmo com as faculdades e virtudes, com todas as riquezas da alma adquiridas no decurso dos tempos. O gênio é um longo e imenso esforço na ordem intelectual e a santidade foi conquistada à custa de uma luta secular contra as paixões e as atrações inferiores.
Com alguma atenção poderíamos estudar e seguir em nós o processo da evolução moral. De cada vez que praticamos uma boa ação, um ato generoso, uma obra de caridade, de dedicação, a cada sacrifício do “eu”, não sentimos uma espécie de dilatação interior? Alguma coisa parece expandir-se em nós; uma chama acende-se ou aviva-se nas profundezas do ser.
Esta sensação não é ilusória. O Espírito ilumina-se a cada pensamento altruísta, a cada impulso de solidariedade e de amor puro. Se estes pensamentos e atos se repetem, se multiplicam, se acumulam, o homem acha-se como que transformado ao sair de sua existência terrestre; a alma e seu invólucro fluídico terão adquirido um poder de radiação mais intenso.
No sentido contrário, todo pensamento ruim, todo ato criminoso, todo hábito pernicioso provoca um estreitamento, uma contração do ser psíquico, cujos elementos se condensam, entenebrecem, carregam de fluidos grosseiros.
Os atos violentos, a crueldade, o homicídio e o suicídio produzem no culpado um abalo prolongado, que se repercute, de renascimento em renascimento, no corpo material, e traduz-se em doenças nervosas, tiques, convulsões e até deformidades, enfermidades ou casos de loucura, consoante a gravidade das causas e o poder das forças em ação. Toda transgressão da lei implica diminuição, mal-estar, privação de liberdade.
As vidas impuras, a luxúria, a embriaguez e a devassidão conduzem-nos a corpos débeis, sem vigor, sem saúde, sem beleza. O ser humano que abusa de suas forças vitais, por si mesmo se condena a um futuro miserável, a enfermidades mais ou menos cruéis.
Às vezes a reparação se efetua numa longa vida de sofrimentos, necessária para destruir em nós as causas do mal, ou, então, numa existência curta e difícil, terminada por morte trágica. Uma atração misteriosa reúne às vezes os criminosos de lugares muito afastados num dado ponto para feri-los em comum. Daí as catástrofes célebres, os naufrágios, os grandes sinistros, as mortes coletivas, tais como o desastre de Saint-Gervais, o incêndio do Bazar de Caridade, a explosão de Courrières, a do “Iena”, o naufrágio do “Titanic”, do “Ireland”, etc.
Explicam-se assim as existências curtas; são o complemento de vidas precedentes, terminadas muito cedo, abreviadas prematuramente por excessos, abusos ou por qualquer outra causa moral, e que, normalmente, deveriam ter durado mais.
Não devem ser incluídas em tais casos as mortes de crianças em tenra idade. A vida curta de uma criança pode ser uma provação para os pais, assim como para o Espírito que quer encarnar. Em geral, é simplesmente uma entrada falsa no teatro da vida, quer por causas físicas, quer por falta de adaptação dos fluidos. Em tal caso, a tentativa de encarnação renova-se, pouco depois, no mesmo meio; reproduz-se até completo êxito, ou, então, se as dificuldades são insuperáveis, se efetua num meio mais favorável.


Léon Denis

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Viagem do Auto Reconhecimento




Se não fosse a persistência desse grande vulto que é Alan kardec, o que teria sido de todos nós? De mim, que despertei, realmente, com a leitura do livro dos espíritos, do evangelho consolador, para abraçar o mundo espiritual das grandes verdades que a codificação encerra.

Todo aquele que quiser ser espírita, tem de deixar muito da sua ânsia de ser compreendido.
Não pode ser hipersensível, não pode mergulhar nas susceptibilidades. TEm de ser, realmente, fraterno e compreensivo. Porque todos nós estamos na terra numa grande viagem, vocês encarnados principalmente.
Nessa grande viagem, vocês sofrem as condições exteriores de agressões, de lutas, provas, enfermidades.

Mas vocês estão, também, realizando uma grande viagem interior. Vocês estão conhecendo o caráter, a personalidade, os sentimentos que vocês agasalham dentro da alma e do coração e que só vocês conhecem.
Essa viagem interior, que todos os espíritas devem fazer, que se todas as criaturas a fizessem seria muito bom, é aquela de auto reconhecimento.
Sabemos que estamos caminhando, trazendo muita coisa que podemos deixar pelos caminhos da terra, para que as nossas almas sejam aladas e consigam empreender o grande vôo para o cimo da Luz.

Sem essa viagem interior com esses permanentes bloqueios que nós teimamos em fazer, não reconhecendo nossas falhas, nossas dúvidas, nossos conflitos, nossas neuroses, nossos traumas, transferindo sempre para o exterior tudo o que sofremos - nós não conseguiremos obter a nossa libertação.
É preciso, meus filhos, viajarmos dentro de nossa própria alma. Porque na grande viagem reencarnatória, dependendo ou não de vocês, vocês terão lutas e problemas, que, muitas vezes, esse ponto de agressão, de sentimentos inferiores. Mas, dentro do nosso espírito não, somos senhores absolutos do que pensamos, do que queremos, do que realizamos. Por isso, se as nossas chagas interiores, só nos mesmos podemos curá-las.

Que o mestre, que com suas mãos chagadas cura as chagas de nossas mãos, que nem sempre trabalham pelo próximo e que, muitas vezes, se feriram, ferindo semelhantes, que esse mestre possa, com as suas mãos divinas, acalentar a todos nós, na luz do seu infinito, do seu imenso e bondoso amor.

Espírito, Bezerra de Menezes.
Psicografia Shyrlene S. Campos
Arauto de Luz - nº 019 - ano IV - Março/2000

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Instrução dos Espíritos - Bem e Mal Sofrer


 


Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações. 

 O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte." 

 Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. 

 Lacordaire. (Havre, 1863.)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Jesus Contigo



Dedica uma das sete noites da semana ao culto 
do Evangelho no lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.
Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça 
a família e ora, Jesus virá em visita.
Quando o lar se converte em santuário, 
o crime se recolhe ao museu.
Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da fé, 
o equilíbrio oferta bênçãos de consolo e a saúde derrama vinho de paz para todos.
Jesus no lar é vida para o lar.
Não aguardes que o mundo te leve a certeza do 
bem invariável. Distende, da tua casa cristã, 
a luz do Evangelho para o mundo atormentado.
Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o beneficio da comunhão com o Alto.
Se alguém, num edifício de apartamentos, alça 
aos céus a prece da comunhão em família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada 
acesa na ventania.
Não te afastes da linha direcional do Evangelho entre os teus familiares.
Continua orando fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a quem amas, as diretrizes do Mestre e, quanto possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da boa nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora do Cristo. Não demandes a rua, nessa noite, senão para inevitáveis deveres que não possas adiar. Demora-te no lar para que o Divino Hóspede ai também se possa demorar.
E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, 
como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa uma vez por semana,
em sete noites, ter Jesus contigo.

Joanna de Ângelis

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cuida de Ti


Foto: BONS SONHOS AMIGOS QUERIDOS!

Adoro-te, Criador do Infinito, alma de todas as coisas, respiração de todos os seres, luz que dá vida a minha alma e a todas as almas irmãs.
Encontro-te nas belezas da vida, na harmonia da espiritualidade, nos seres perfeitos e nas pessoas ainda em evolução que têm dentro de sí um prelúdio do Teu amor.
Ainda que eu esteja sozinho, contemplo a Tua misericórdia que se expressa na Lei que faz tudo progredir, embelezar-se e iluminar-se até o infinito.
Te vejo na energia que dá vida a tudo, em Cristo, Teu filho perfeito, nos anjos de luz que nos acompanham em nossa jornada, no amor, na alegria, na verdade, em todas as coisas que criaste e além do infinito onde não é mais possível descrever ou mensurar.
Agradeço por todas as coisas com que nos presenteias, pelo brilho da manhã, pela calma da noite, pela natureza prodigiosa, pelos Espíritos familiares, pelos amigos, pelos pensamentos bons que nos suscitas, pela purificação da alma ainda que pela dor, pelo amor, pela harmonia, pela paz, por todo o Universo, o Teu reino para o qual somos destinados e por tudo o que ultrapassa a nossa capacidade de compreensão.
Desperta em nós o amor puro, a compreensão a caridade, a paciência, a tolerância e todas as qualidades para que sejamos dignos da Tua ascendência.
Contigo quero caminhar, em harmonia com a Tua lei, para que eu nunca me perca nas ilusões das coisas do mundo e na inconsciência da realidade que se encontra oculta nas aparências da matéria.
Obrigado pela vida da minh'alma, por poder estudar e conhecer a Tua lei, pelas conquistas espirituais que almejo a cada dia, por poder conceber ainda que imperfeitamente a Tua perfeição, por poder sonhar com a Espiritualidade, pelos bons Espíritos que nos guiam, pela compreensão, pelas capacidades que dão sentido à minha vida e pela felicidade que me espera no Paraíso prometido por Jesus a quem guarda as Tuas palavras.
Liberta-me da imperfeição que ainda existe em meu Espírito, fazei-me pura luz, harmonia, tranquilidade, compreensão, iluminação, amor. 

Pietro Silva.


Envergaste o uniforme do discípulo do Cristo na ânsia de aprender, servir, progredir, alcançar vitórias espirituais.

Abraçado ao Evangelho do Mestre, guardas no coração a sintonia maior, encantado com as lições, sempre novas, que surgem cada dia para teu entendimento, elucidando-te sobre as questões mais graves do caminho a ser percorrido.

Entretanto, não basta envergar o uniforme ou possuir o título de cristão.
Não só o estudo nos minutos de lazer ou a leitura apressada nas conduções para o trabalho.

Tornar-se discípulo do Mestre Divino requer algo mais do esforço individual.
Mister se torna que cuides de ti.
Uma luz sublime está em teu caminho.
És homem, criatura humana em seu tríplice aspecto, físico, perispiritual, espiritual.

Trazes contigo o sinal do Cristo. Pertences à fileira dos que combatem as sombras e estendem a luz como farol divino, por toda a Terra.
És muito, meu filho! Não te amesquinhes diante de tanta realidade. Não te desprezes ante o lugar que te compete. Ao contrário, faze questão de ser o filho do Alto, o discípulo do Mestre e Senhor, digno da tarefa sagrada da própria redenção.

Sonda o teu íntimo, cuida de ti.
Teu corpo físico é o vaso sagrado por onde flui o pensamento, teu sinal de criatura animada pela vida imortal.
Cuida do vaso sublime que te agasalha os ideais, que te proporciona possibilidades mil de ascensão aos planos mais altos.

Cuida de ti, enobrecendo-te através dos estudos, da prática da caridade.
Recebeste a luz do Pentecoste. Exercita, com ternura, as lições do teu Mestre e aproveita o ensejo que te é proporcionado na existência presente.



Eleva tua mente ao Senhor da Vinha, sintoniza-te com a vontade que te dirige os passos, para não te desviares da rota traçada.
Trazes a missão de tua redenção e com ela a grande tarefa de levar adiante o estandarte do Cristo.

Não temas confusões, não te amedrontes, não te deixes abater.
Cuida, pois, de ti. Examina o santuário íntimo, convence-te do bem a fazer e segue sempre, porque “quem perseverar até o fim será salvo”.
Desça sobre teu coração a força do teu Mestre, seja em teu caminho a luz do Eterno.

Bezerra

Fonte: http://www.facebook.com/paz.espiritual.1

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O Perdão Como um Arco Iris de Luz e Brilho!




Na sensacional homogeneidade
da forte irradiação da Luz
com o vapor denso da Água
eis a beleza fantástica
em processo inigualável
de um magnífico arco-íris 
temporário em sua durabilidade
mas intenso em cores que se expandem luminosas
no período em que o mesmo ocorre.

Assim eu exemplificaria 
a cada um de vós Meus Irmãos, 
a esplendorosa força 
do perdão em sua autencidade, 
irradiando de vossa essência
imenso e extraordinário brilho.

Pois em verdade vos digo
que a aceitação de um ato alheio
ainda que este em imperfeição plena
completamente antagônica
aos vossos próprios valores
o é sem qualquer contestação
a maior comprovação
do autentico Amor Fraternal, 
que silencia ao proceder de outrem
em respeito ao seu próprio livre arbítrio.

Eis o autentico perdão 
na aceitação plena
da perfeição ou imperfeição 
de vosso semelhante.

Eis o arco Iris de vossa Alma
que se expande numa aura magnífica
em cores e brilho edificadores
em vossa evolução.

Assimilem Meus Irmãos 
que o julgar e o condenar
é com certeza a magoa 
que se estrutura em vossa Alma
em incontáveis muralhas 
de vossa própria dor.

Compreendei e Respeitai 
o proceder de cada um de Vossos Irmãos
e se assim não o conseguirdes 
simplesmente silenciai 
aos seus atos em respeito 
e prossigam em serenidade 
com a vossa própria vida.

Exemplificai o Amor Fraternal 
no perdão absoluto 
para com os Vossos Irmãos
Deixai que vossa Alma 
brilhe intensa 
tal qual um imenso 
arco Iris que encanta!

Fiquem em Paz meus Irmãos
Efigênio



Mensagem mediúnica
Fonte: http://www.forumespirita.net/fe/outros-temas/o-perdao-como-um-arco-iris-de-luz-e-brilho!/#ixzz23XJYZGkW