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quarta-feira, 28 de março de 2012

Em "E a Vida Continua"


"Por suas indagações, a autoridade do instituto identificara a sua posição no conhecimento e, por suas respostas, saberá o momento de suas necessidades."
[Livro: "E a Vida continua" - capitulo 10]

Eis a ciência de ouvir, para ajudar.

Amiúde, no trato cotidiano com as criaturas que nos cercam, ficamos vivamente impressionados com a coletânea de informações que elas nos fornecem espontaneamente, no desenvolvimento do diálogo, ou em resposta as varias inquirições ou contestações que lhe representemos.

As ideias articuladas comandam nossas relações.

São esses estímulos que precipitam a reação de nossa emotividade, revelando-nos ora sumamente gratos aos que nos dirigem a palavra, ora dolorosamente destrambelhados com os que catalogamos por injuriadores e ofensores de nossa sensibilidade.

Vale, contudo, reconsiderar o verbo.

O brado de revolta é pedido de socorro.

É um S.O.S. da própria alma, no instante preciso de seu naufrágio, chocando-se contra recifes do desequilíbrio, requerendo que a nossa serenidade se transforme em salva-vidas oportuno.

A palavra de malicia é confissão de loucura.

Mesmo quando desorne lábios que sorriem, emoldurados por olhos que rebrilham, são mensagens emitidas pela onda de obsessão, transmitidas por obsidiados de variadas matizes, necessitando o esforço da oração silenciosa a seu favor.

A dramatização dos próprios AIS é enfermidade grave.

Nascendo em almas que se elevam ao clímax suas pequenas mazelas, são produtos de criatura seriamente mimada em sua harmonia interior, que logo mais encontrara o estilete da dor, a fim de retornar ao seu equilíbrio, caso não aceite o concurso do trabalho no campo do amor ao próximo.

A prolixidade é grave distúrbio do coração.


Essa sensação de insegurança, acobertada por um rio de palavras, denuncia os que estão sob a hipnose da fantasia, movendo-se no panorama do egoismo, disputando ardentemente a atenção do mundo para si mesmos, desocupados ainda da lei da fraternidade, do amor legitimo, da renuncia santificante, do valor exato de nossa pequenez.

Frases de pessimismo revelam cálculos celebrais.

A atmosfera de negação e desalento, que espraiam com o azedume cuidadosamente cultivado, é sintoma que permite diagnosticar que esta ocorrendo seria obstrução nos condutos do raciocínio, ilhando os infelizes em douradas exteriorizações do orgulho, em franca confinação de virtudes espirituais sublimes.

Falar, todos falamos.

Urgente é, porem, saber distinguir não o que a criatura esta dizendo.

Por trás de suas palavras oculta-se um quadro de necessidades espirituais que, desvendadas por nos, servira para que tracemos o seu roteiro regenerativo.

Os nossos mentores sabem ouvir-nos.
Recolhem as nossas proposições, as nossas promessas de fidelidade, as nossas afirmações de trabalho, os nossos pedidos de esclarecimentos, o nosso parlatório sobre a Doutrina, as nossas plataformas de burilamento intimo e pessoal.

Mas, não nos atendem exatamente no que externamos e sim no que temos necessidade, porque só raramente o nosso anseio corresponde a nossa efetiva carência espiritual.

Na realidade, diariamente manipulamos milhares de palavras, em frases que ressonam nas mais diferentes tonalidades, sem chegar a definir a nossa efetiva posição mental.

*****

No capitulo das indagações, porém, o panorama é outro.

Mesmo quando trazemos títulos nobilitantes, conferidos pelos nossos Institutos de Cultura Superior, na consagração de uma profissão responsável, raramente sabemos articular indagações com equilíbrio.

Poucos os que se indagaram:
-Quem sou eu afinal?

Difícil fazermos esta indagação, porque em geral nos colocamos na posição de quem esta mais interessado em saber quem são os outros do mundo, despreocupados, nos mesmos, em definir o nosso legitimo papel no grande drama universal da Evolução.

Talvez nunca tenhamos inquirido:

-De onde vim?

O mais comum é estarmos consagrando o berço que nos acolheu como uma estacão inicial de nossa existência, atribuindo, na moderna psicanálise, todos os desníveis de nosso caráter aos pais que nos albergaram em seu ninho de afeto ou aos parentes que nos suportaram as impertinências infantis ou aos companheiros que se sacrificaram, garantindo-nos a continuidade da existência.

Não nos ocupamos com a vida antes do lar.

E poucos já se perguntaram.

-Para onde irei?

Embora a morte seja um fenômeno continuo e dia a dia vejamos amigos e parentes nos portais do "até breve", o cemitério não nos parece um hotel destinado a hospedagem de nosso próprio implemento físico.

Falamos da morte qual se jamais fossemos experimenta-la e, por isso, edificamos a nossa vida qual se fossemos imortalizar-nos no corpo de que nos servimos, senhores das propriedades que amealhamos.

As indagações, com as quais buscamos tão somente afirmacões de nosso próprio pensamento, endosso de nossas preferências, são, no fundo, meros jogos de informações, a semelhança das "negações afirmativas" usuais em nossa linguagem.

A pobreza de nossas inquirições reflete o paupérrimo de nossa personalidade, que, quase sempre, rebrilha com o falso fulgor das demostrações de nossa cultura e, só escassamente, se externa com alguma sabedoria, fruto do amadurecimento de nosso senso moral.

Não há nenhum curso para apreender a perguntar.

Sócrates, mestre na arte de levar o homem a duvida, a fim de que examinando o Bem a criatura se agigantasse moral e intelectualmente, liberando-se de fabulas e falsidades, transmitia, com o mesmo dinamismo da Doutrina Espírita - cristã, ricas noções, sistemáticas, a fim de que os discípulos amadurecessem pelo esforco próprio.

Somos pobres de indagações.
*****

Quem, pois, esta a campo para ajudar, apreendera a ouvir .

Ouvir indagações e ouvir informações.

André Luiz, numa sabedoria que precede ao estagio de nossos conhecimentos, verte um mundo inteiramente novo, a solicitar muita reflexão, nessa frase recolhida no se "E a Vida Continua...", psicografia de nosso Chico Xavier.

Por ela e com ela, poderemos reordenar os extensos departamentos de nossa alma, admitindo que, falando, externamos necessidades; indagando, revelamos o que se incorporou em nossa personalidade, imprimindo-lhe o sentido de avanço, do ir alem, de não estacionar.

Roque Jacintho.

Texto retirado da "Revista Seareiro" / www.espiritismoeluz.org.br

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