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terça-feira, 5 de junho de 2012

O Suicídio e a Loucura


14. A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio. 

Com efeito, a maior parte dos casos de loucura são provocados pelas vicissitudes que o homem não tem forças de suportar. 


Se, portanto, graças à maneira porque o Espiritismo o faz encarar as coisas mundanas, ele recebe com indiferença, e até mesmo com alegria, os revezes e as decepções que em outras circunstâncias o levariam ao desespero, é evidente que essa força, que o eleva acima dos acontecimentos, preserva a sua razão dos abalos que o poderiam perturbar. 

15. O mesmo se dá com o suicídio.

Se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento. 


Ora, aquele que está certo de ser infeliz apenas um dia, e de se encontrar melhor nos dias seguintes, facilmente adquire paciência. 


Ele só se desespera se não ver um termo para os seus sofrimentos. 


E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia? 


Mas aquele que não crê na eternidade, que pensa tudo acabar com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e o infortúnio, só vê na morte o fim dos seus pesares. 


Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio. 

16. A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral. 

Quando vemos, pois, homens de ciência, que se apoiam na autoridade do seu saber, esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores, que eles nada têm a esperar depois da morte, não o vemos tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? 


Que poderiam dizer para afastá-los dessa idéia? 


Que compensação poderão oferecer-lhes? 


Que esperanças poderão propor-lhes? 


Nada além do nada! De onde é forçoso concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva possível, mais vale atirar-se logo a ele, do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento. 


A propagação das idéias materialistas é, portanto, o veneno que inocula em muitos a idéia do suicídio, e os que se fazem seus apóstolos assumem uma terrível responsabilidade. 


Com o Espiritismo, a dúvida não sendo mais permitida, modifica-se a visão da vida. 


O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições inteiramente novas. 


Daí a paciência e a resignação, que muito naturalmente afastam a idéia do suicídio. 


Daí, numa palavra, a coragem moral. 

17. O Espiritismo tem ainda, a esse respeito, outro resultado igualmente positivo, e talvez mais decisivo.

Ele nos mostra os próprios suicidas revelando a sua situação infeliz, e prova que ninguém pode violar impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a sua vida. 


Entre os suicidas, o sofrimento temporário, em lugar do eterno, nem por isso é menos terrível, e sua natureza dá o que pensar a quem quer que seja tentado a deixar este mundo antes da ordem de Deus. 


O espírita tem, portanto, para opor à idéia do suicídio, muitas razões: a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, abreviando sua vida, chega a um resultado inteiramente contrário ao que esperava; que foge de um mal para cair noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível; que se engana ao pensar que, ao se matar, irá mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo à reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que lá espera encontrar. 


De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. 


Por isso o número de suicídios que o Espiritismo impede é considerável, e podemos concluir que, quando todos forem espíritas, não haverá mais suicídios conscientes. 


Comparando, pois, os resultados das doutrinas materialista e espírita, sob o ponto de vista do suicídio, vemos que a lógica de uma conduz a ele, enquanto a lógica de outra o evita, o que é confirmado pela experiência.




Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo / Allan Kardec
CAPÍTULO V – BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS 
Tradução: José Herculano Pires

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